Foto: Richarle Tuira As
chuvas intensas registradas no Piauí nas últimas semanas aumentaram as
possibilidades de um desastre no Morro da Torre, no município de Miguel Alves,
a 112 Km de Teresina. Por lá, imensas crateras de mais de dez metros de
profundidade se abriram no chão e já ocupam mais de três hectares na encosta do
morro. A região fica próxima à dois populosos bairros da cidade, vacaria e
Matadouro. O processo erosivo do morro já vem de algumas décadas. Professora do município e geógrafa, Neide Andrade, que acompanha desde o início o surgimento das voçorocas, explica que elas começaram na década de 80 quando ali se instalou a empresa Sul América para produzir arroz nos baixões do morro. Todos os materiais, como seixo, barro, piçarra, para erguer as estruturas das duas fazendas da empresa como construir dique, drenagem, canais, estradas foram retirados das encostas do morro. E como não houve recuperação da área destruída, o morro, assegura a geografa, vai aos poucos desmoronando. “Nesses dias de chuvas fortes se escuta um barulho assustador do material que desce pelas voçorocas arrastando tudo”, conta a professora Neide. O blogueiro Richarle Tuíra, que acrescenta ainda que a área é também impactada por moradores que provocam queimadas, jogam lixo e que falta fiscalização por parte dos órgãos ambientais.
Fotos:Richarle Tuira Segundo
o Secretário de Meio Ambiente do município, Paulo Gomes, a prefeitura ainda não
iniciou nenhum trabalho para conter a erosão por se tratar de um projeto muito
caro e que espera aprovação de emenda parlamentar para executar a recuperação
das áreas degradadas. A
falta de atitude da prefeitura provoca críticas dos moradores, que informaram
que ano passado o município recebeu 1,2 milhões de reais do ICMS Ecológico e
não explicou onde aplicou os recursos, quando a prioridade deveria ser a
recuperação do solo e mata das encostas do morro. O plantio industrial de arroz e os riscos para a saúde pública em Miguel Alves Foto: Richarle Tuira Além
dos problemas ambientes já denunciados por moradores da região em razão do
plantio de monoculturas de modo industrial, há ainda outros riscos que tem
tirado o sono da população. Atualmente, a empresa Agrobasa Pastoril está no
comando do plantio de arroz em aproximadamente dois mil hectares nas Fazendas
Ameixa e Pitombeira, no entorno de Miguel Alves. De acordo com os moradores, os
herbicidas e inseticidas usados pela empresa no combate as pragas do arroz caem
também no Rio Parnaíba, exatamente no dreno onde ocorre a captação de água para
a distribuição na cidade. Os contatos com esses herbicidas podem levar ao aumento do número de doenças como câncer, doenças de pele, de estomago, entre outros malefícios causados pelos agrotóxicos, como afirma a médica Hematologista Marcinda Araújo, que atua em pesquisas relacionando a ingestão indevida de agrotóxicos e os riscos à saúde. O plantio industrial de arroz e os riscos para a saúde pública em Miguel Alves. Fonte: Ocorre Diário https://ocorrediario.com/crateras-ameacam-destruir-morro-da-torre-em-miguel-alves/
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quinta-feira, 13 de abril de 2023
Crateras ameaçam destruir Morro da Torre em Miguel Alves
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