A Mulher de Branco, cujo nome se perdeu nas brumas do tempo, ou não se pode identificá-la, ao que tudo leva a crer, aprendeu a utilizar artifícios para se encontrar com seu amante. Ela criou uma aura de mistério em torno de si, envolvendo-se em um vestido longo e imaculado, adornado por um véu que escondia seu rosto. Diziam que seus olhos brilhavam intensamente e que ela emitia um suspiro apaixonado durante esses encontros furtivos. Ela era vista deslocando-se da Rua Humaitá (hoje Tácito Torres) em direção à Rua do Negros Velhos (hoje Av. José de Deus Lacerda) ou rumo ao sítio Encanto.
A lenda conta que a jovem aparecia apenas quando a noite se mostrava densa e silenciosa. Ela caminhava pelas ruas vazias, deslizando graciosamente sobre o chão, e sussurrava uma voz sedutora e encantadora.
Os encontros com a Mulher de Branco eram momentos de emoção e perigo. Alguns diziam que ela desaparecia de forma abrupta, deixando para alguns um susto imenso e, para outros, deslumbre e um sentimento de êxtase. Outros contavam histórias mais ardentes, afirmando que aqueles que se encontravam com ela eram abençoados com uma paixão avassaladora e uma vida repleta de felicidade ou seriam amaldiçoados para sempre. Outros acreditavam que ela era uma alma penada de uma jovem que teria tirado sua própria vida e vagava sem destino pelo mundo.
A verdadeira identidade da Mulher de Branco, embora desvendada, permaneceu oculta, pois, se identificada ao público, poderia desencadear escândalos e arruinar reputações. Embora tenha sido essa história motivo de pavor no passado, dada a aparição dessa sinistra personagem, muitos homens se arriscaram a persegui-la, acreditando que ela fosse algo maravilhoso. Tempos depois, soube-se que poderia ser a Mulher de Branco uma jovem que estava disposta a arriscar tudo por seu amor, navegando nas águas perigosas do segredo e do desejo proibido, e que vestia-se daquela forma para não ser reconhecida. Contam ainda que a moça era amante de um importante homem público da cidade.
A lenda da Mulher de Branco perdurou ao longo dos anos, alimentando os suspiros de amantes clandestinos e deixando a imaginação correr solta. Sua história romântica e ousada continua a ecoar nas ruas de Miguel Alves, fazendo com que as pessoas se perguntem se um amor tão intenso poderia realmente existir, mesmo sob as sombras da noite.
Texto: Frederico A. Rebelo Torres – Escritor
Para o blog Causos Assustadores do Piauí
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