terça-feira, 27 de outubro de 2015

Companha de Conscientização Pela Luta Contra os Agrotóxicos


Sinais e Sintomas do Envenenamento por Agrotóxicos

aplicação
A ação dos agrotóxicos sobre a saúde humana costuma ser deletéria, muitas vezes fatal, provocando desde náuseas, tonteiras, dores de cabeça ou alergias até lesões renais e hepáticas, cânceres, alterações genéticas, doença de Parkinson etc. Essa ação pode ser sentida logo após o contato com o produto (os chamados efeitos agudos) ou após semanas/anos (são os efeitos crônicos) que, neste caso, muitas vezes requerem exames sofisticados para a sua identificação.
Sintomas de intoxicação podem não aparecer de imediato. Deve-se prestar atenção à possível ocorrência desses sintomas, para que possam ser relatados com precisão. O agricultor intoxicado pode apresentar as seguintes alterações:
  •  irritação ou nervosismo;
  •  ansiedade e angústia;
  •  fala com frases desconexas;
  •  tremores no corpo;
  •  indisposição, fraqueza e mal estar, dor de cabeça, tonturas, vertigem, alterações visuais;
  •  salivação e sudorese aumentadas;
  •  náuseas, vômitos, cólicas abdominais;
  •  respiração difícil, com dores no peito e falta de ar;
  •  queimaduras e alterações da pele;
  •  dores pelo corpo inteiro, em especial nos braços, nas pernas, no peito;
  •  irritação de nariz, garganta e olhos, provocando tosse e lágrimas;
  •  urina alterada, seja na quantidade ou cor;
  •  convulsões ou ataques: a pessoa cai no chão, soltando saliva em grande quantidade, com movimentos desencadeados de braços e pernas, sem entender o que está acontecendo;
  •  desmaios, perda de consciência até o coma.
Sinais e Sintomas
         EXPOSIÇÃO
Sinais e SintomasÚnica ou por curto períodoContinuada por longo período
Agudoscefaléia, tontura, náusea, vômito, fasciculação muscular, parestesias, desorientação, dificuldade respiratória, coma, morte.hemorragias, hipersensibilidade, teratogênese, morte fetal.
Crônicosparesia e paralisias reversíveis, ação neurotóxica retardada irreversível, pancitopenia, distúrbios neuro-psicológicos.lesão cerebral irreversível, tumores malignos, atrofia testicular, esterilidade masculina, alterações neuro-comportamentais, neurites periféricas, dermatites de contato, formação de catarata, atrofia do nervo óptico, lesões hepáticas, etc.
Fonte: www.geofiscal.eng.br (Quadro 3)
Efeitos da Ação Prolongada
ÓRGÃO/SISTEMA
EFEITOS NO ORGANISMO
Sistema nervosoSíndrome asteno-vegetativa, polineurite, radiculite, encefalopatia, distonia vascular, esclerose cerebral, neurite retrobulbar, angiopatia da retina
Sistema respiratórioTraqueíte crônica, pneumofibrose, enfisema pulmonar, asma brônquica
Sistema cardiovascularMiocardite tóxica crônica, insuficiência coronária crônica, hipertensão, hipotensão
FígadoHepatite crônica, colecistite, insuficiência hepática
RinsAlbuminúria, nictúria, alteração do clearance da uréia, nitrogênio e creatinina
Trato gastrointestinalGastrite crônica, duodenite, úlcera, colite crônica (hemorrágica, espástica, formações polipóides), hipersecreção e hiperacidez gástrica, prejuízo da motricidade
Sistema hematopoéticoLeucopenia, eosinopenia, monocitose, alterações na hemoglobina
PeleDermatites, eczemas
OlhosConjuntivite, blefarite
Fonte: www.geofiscal.eng.br (Quadro 4)
PRINCIPAIS SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO E DIAGNÓSTICO
ORGANOCLORADOS
ORGANOFOSFORADOS/CARBAMATOS
PIRETRÓIDES
  •  Um trabalhador rural desprotegido (sem o uso de E.P.I.) tem a chance de se intoxicar aumentada em 72% com relação ao protegido;
  •  Os agricultores que têm o vendedor como orientador na compra e no uso de agrotóxicos têm 73% a mais de chance de se intoxicar do que aqueles que usam o Agrônomo;
  •  Para um agricultor que teve o último contato com agrotóxico há menos de 15 dias da realização do exame de colinesterase, a chance de se intoxicar é aumentada em 43%, se comparada àqueles que tiveram o último contato há mais de 15 dias; e
  •  A chance de intoxicação para os agricultores que citaram pelo menos um organofosforado ou carbamato como agrotóxico principal (manuseado por eles) é 115% maior se comparada àqueles que não citaram nenhum produto desses grupos.
Classe IExtremamente tóxicosFaixa Vermelha
Classe IIAltamente tóxicosFaixa Amarela
Classe IIIMedianamente tóxicosFaixa Azul
Classe IVPouco ou muito pouco tóxicosFaixa Verde
GRUPOS
DL50
DOSE  MORTAL(*)
Extremamente tóxicos£ 5mg/kg1 pitada - algumas gotas
Altamente tóxicos5-50algumas gotas -1 colher de chá
Medianamente tóxicos50-5001 colher de chá - 2 colheres de sopa
Pouco tóxicos500-50002 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco tóxicos
5000 ou +1 copo - litro

DL50 = Dose necessária para matar metade das cobaias testadas.
(*) Dose capaz de matar uma pessoa adulta.
Fonte: www.geofiscal.eng.br/
 Fonte: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene4.htm
É preciso salientar que sintomas inespecíficos (dor de cabeça, vertigens, falta deapetite, falta de forças, nervosismo, dificuldade para dormir) presentes em diversas patologias, freqüentemente são as únicas manifestações da intoxicação por agrotóxicos, razão pela qual raramente se estabelece esta suspeita diagnóstica. A presença desses sintomas em pessoas com história de exposição a agrotóxicos deve conduzir à investigação diagnóstica de intoxicação. É importante lembrar também que enfermidades podem ter outras causas, além dos produtos envolvidos. Um tratamento equivocado pode piorar as condições do enfermo.
As hortaliças e as culturas do tomate, morango, batata e fumo utilizam agrotóxicos conhecidos como organofosforados e ditiocarbamatos, que são considerados por pesquisadores como os prováveis causadores das doenças neurocomportamentais, depressão e do consequente suicídio.
culturas
Wanderlei da Silva, 33 anos, (não é o da foto) é um exemplo clássico dos males causados pelos agrotóxicos. As intoxicações lhe causaram lesões cerebrais e consequentes problemas de locomoção e comportamento, além de depressão profunda e sintomas de esquizofrenia, que tem sido relatada na literatura médica como um dos desfechos de intoxicação crônica por organofosforado, segundo o epidemiologista Lenine A. Carvalho, que acompanhou o caso.
Podem iniciar-se logo após o acidente ou até 24 horas depois. Em casos de inalação, podem ocorrer sintomas específicos, como tosse, rouquidão, irritação de garganta, coriza, dificuldade respiratória, hipertensão arterial, pneumonia por irritação química, edema pulmonar. Em casos de intoxicação aguda, por atuarem no sistema nervoso central, impedindo a transmissão nervosa normal, podem ocorrer estimulação do sistema nervoso central e hiperirritabilidade, cefaléia (que não cede aos analgésicos comuns), sensação de cansaço, mal estar, náuseas e vertigens com confusão mental passageira e transpiração fria, redução da sensibilidade (língua, lábio, face, mãos), contrações musculares involuntárias, perdas de apetite e peso, tremores, lesões hepáticas e renais, crise convulsiva, coma. Fonte: www.sucen.sp.gov.br
A confirmação de exposição aos organoclorados poderá ser feita através de dosagem do teorde resíduos no sangue, utilizando-se cromatografia em fase gasosa. A simples presença de resíduos no sangue não indica intoxicação; a concentração é que confirma o resultado.
Alguns compostos organoclorados:
DDT, DDD, BHC, Aldrin e Endossulfan.


Inicialmente: suor e salivação abundante, lacrimejamento, debilidade, cefaléia, tontura e vertigens, perda de apetite, dores de estômago, visão turva, tosse com expectoração clara, possíveis casos de irritação na pele (organofosforados). Posteriormente: pupilas contraídas e não reativas à luz, náuseas, vômitos e cólicas abdominais, diarréia, dificuldade respiratória (principalmente com os carbamatos), contraturas musculares e cãibras, opressão torácica, confusão mental, perda de sono, redução da freqüência cardíaca/pulso, crises convulsivas (nos casos graves), coma, parada cardíaca (nos casos graves, é a causa freqüente de óbito).
A determinação das atividades das colinesterases, que desempenham papel fundamental na transmissão dos impulsos nervosos - tem grande significado para o diagnóstico e acompanhamento das intoxicações agudas. Intoxicações graves, por exemplo, apresentarão níveis muito baixos de colinestareses.
No Sul do País o agrotóxico Tamaron é utilizado em larga escala na cultura do fumo e está associado ao elevado índice de suicídios em 1995 na cidade de Venâncio Aires (RS): 37 casos/100.000 habitantes, quando no Estado, o índice é de 8/cem mil. Estudos conduzidos no Rio Grande do Sul por 4 pesquisadores brasileiros mostraram que os agrotóxicos organofosforados causam basicamente 3 tipos de sequelas neurológicas após intoxicação aguda ou devido a exposição crônica:

1) Polineuropatia retardada:fraqueza progressiva e ataxia das pernas, podendo evoluir até uma paralisia flácida; sintomas provocados pelos agrotóxicos: Triclorphon, Triclornato, Metamidophos e Clorpyriphos.

2) Síndrome intermediária: paralisia dos músculos do pescoço, perna e pulmão, além de diarréia intensa; ocorre de um a quatro dias após o envenenamento e apresenta risco de morte devido a depressão respiratória associada. Causada por: Fenthion, Dimethoate, Monocrotophos e Metamidophos.

3) Efeitos comportamentais: insônia ou sono perturbado, ansiedade, retardo de reações, dificuldade de concentração e uma variedade de sequelas psiquiátricas: apatia, irritabilidade, depressão, esquizofrenia.
Alguns compostos organofosforados:
Clorpirifós, Coumafós, Diazinon, Diclorvos (DDVP), Fenitrotion, Fenthion, Supona (Clorfenvinfos) e Triclorfon (Metrifonato).

Alguns compostos carbamatos:
Carbaril, Propoxur, Trisdimetilditiocarbamato, Aldicarb e Carbofuran.


Embora pouco tóxicos do ponto de vista agudo, são irritantes para os olhos e mucosas, causando tanto alergias de pele (coceira intensa, manchas) como crises de asma brônquica (dificuldade respiratória, espirros, secreção, obstrução nasal). Em exposições ocupacionais a altas concentrações, algumas pessoas relatam sensação de adormecimento (formigamento) das pálpebras e ao redor da boca (sensação semelhante à do anestésico usado por dentistas), que desaparece espontaneamente em poucas horas. Não existem provas laboratoriais específicas para dosar resíduos ou efeitos de piretróides no organismo humano ou animal.
Alguns compostos à base de piretrinas e piretróides:
Usos: como inseticidas e/ou acaricidas.
Cipermetrina, Deltametrina, Permetrina; Piretrinas naturais: Piretro e Tetrametrina. Outros: Aletrina e Fenvalerato. 



Teste de Colinesterase


Um valioso indicador da relação entre exposição a agrotóxicos e problemas de saúde é o nível da enzima colinesterase no sangue. A inibição da colinesterase por meio dos compostos fosforados ou carbamatos provoca o acúmulo de acetilcolina, e o organismo passa a apresentar uma série de manifestações (efeitos muscarínios, nicotínicos e centrais).
coleta de sangue
É uma enzima cujo papel fundamental é a regulação dos impulsos nervosos através da degradação da acetilcolina na junção neuromuscular e na sinapse nervosa. Existem duas categorias de colinesterases: a acetilcolinesterase (colinesterase verdadeira), que é encontrada nos eritrócitos, no pulmão e no tecido nervoso; e a colinesterase sérica, sintetizada no fígado, também chamada de pseudocolinesterase. Fonte: Diagnósticos da América.
Sua determinação é útil na avaliação e no acompanhamento de pacientes com intoxicação por organofosforados (inseticidas) que inibem a colinesterase eritrocitária e diminuem os níveis da colinesterase sérica. A colinesterase sérica está diminuída nas doenças parenquimatosas hepáticas (hepatites virais, cirrose), na insuficiência cardíaca congestiva, nos abscessos e neoplasias.
coleta de sangue3
Os níveis baixos persistentes nos cirróticos têm sido apontados como marcador de mau prognóstico. Valores diminuídos também são encontrados em estados de desnutrição, infecções agudas, anemias, infarto do miocárdio e dermatomiosite. Diversas drogas como estrogênios, testosterona e contraceptivos orais também podem interferir nos níveis da colinesterase sérica.
A colinesterase pode estar aumentada em pacientes obesos, em diabéticos e na síndrome nefrótica.
Para trabalhos que envolvam produtos organofosforados e carbamatos, a NR 7 - Programa de controle médico de saúde ocupacional, da Portaria n.º 3.214, de 08/06/1978 do Ministério do Trabalho, prevê que a periodicidade para a realização da análise da colinesterase eritrocitária, colinesterase plasmática ou colinesterase eritrocitária e plasmática (sangue total) seja, no mínimo, semestral.
coleta de sangue2
O exame médico periódico dos trabalhadores expostos à substâncias tóxicas é indispensável para comprovar a presença de efeitos adversos, conseqüência de medidas de controle insuficientes, práticas de trabalho inapropriadas ou exposição a níveis máximos toleráveis das pessoas expostas. O ideal seria que fosse estudado o tempo real de exposição dos funcionários que aplicam o praguicida, fixando-se os índices de segurança do tempo máximo e mínimo de exposição.
O agricultor deverá procurar imediatamente atendimento médico, na presença de quaisquer sintomas que possam indicar um quadro de intoxicação.

Estatísticas

De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS, as intoxicações agudas por agrotóxicos são da ordem de 3 milhões anuais, com 2,1 milhões de casos só nos países em desenvolvimento. O número de mortes atinge 20.000 em todo o mundo, com 14 mil nas nações do terceiro mundo. Mas, acreditam os especialistas, as estatísticas reais devem ser ainda maiores devido à falta de documentação a respeito das intoxicações subagudas, causadas por exposição moderada ou pequena a produtos de alta toxicidade, de aparecimento lento e sintomatologia subjetiva, e intoxicações crônicas, que requerem meses ou anos de exposição, e tardiamente revelam danos como neoplasias.
uso no Brasil
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE divulgou em ago/2004 o relatório de indicadores de Desenvolvimento Sustentável, no qual revela que o uso de agrotóxico no Brasil aumentou de 2,3 kg/ha para 2,8 kg/ha, uma elevação de 22%. O Brasil está entre os maiores usuários do produto, perdendo apenas para a Holanda, Bélgica, Itália, Grécia, Alemanha, França e Reino Unido, segundo dados do Sindicato Nacional das Indústrias de Defensivos Agrícolas - Sindag.
Dados (de 1999) do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - Sinitox, da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, imputavam aos agrotóxicos 10% dos casos de intoxicações registrados pelo órgão, com 6.710 vítimas. A porcentagem estava abaixo, apenas, das referentes a medicamentos, com 18.824 casos ou 28%. A maioria das estatísticas se refere a acidentes individuais (2.531 pessoas) e tentativas de suicídio (2.235 indivíduos). Em 2.000, o número subiu para 7.914 casos, com 149 mortes e porcentagem de 11% em relação ao total de intoxicações.
caveira
Segundo as estatísticas de 2.000, os acidentes com agrotóxicos no uso agrícola são mais comuns nas faixas etárias de 20 a 29 anos (1.209 registros) e de 30 a 39 anos (1.080 casos). Já nos acidentes domésticos, os mais atingidos são as crianças entre 1 e 4 anos (768 casos), seguidos de adultos de 20 a 29 anos (567 registros).
uso de e.p.i.
No Brasil, hoje, estima-se que morrem 5.000 trabalhadores/ano, vítimas de agrotóxicos. Grande parte dessas mortes poderiam se evitadas se houvesse o uso efetivo de equipamentos de proteção individual - E.P.I. (luvas, máscara, óculos de proteção, avental, outras vestimentas de proteção, botas e chapéu) por parte dos agricultores que manuseiam o produto.
Pesquisa da Fundacentro com 1.064 agricultores de 9 municípios de Minas Gerais entre 1991 e 2000 revelou que, com relação ao uso de agrotóxicos :

Legislação Federal
contaminação
Recentemente (maio de 2004), pesquisa daAgência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA revelou que as frutas e saladas consumidas pelos brasileiros têm alto índice (81,2%) de contaminação por agrotóxicos, especialmente a alface, batata, maçã, banana, morango e mamão , sobretudo estes dois últimos, comprometidos em boa parte das amostras.
Generalidades
Pretendemos com esse capítulo destacar os principais sintomas de envenenamento pelo uso inadequado dos agrotóxicos e fornecer as orientações necessárias ao socorro imediato das vítimas da intoxicação.
aplicação
Os problemas relativos aos riscos da aplicação e o uso dos E.P.I.´s (equipamentos de proteção individual) já foram abordados na parte de Riscos e podem ser complementados no site da Associação Nacional de Defesa Vegetal - ANDEF.
Os agrotóxicos têm sido identificados como causa importante de intoxicações e morte em todo o Brasil, principalmente nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste. O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - SINITOX registra que, em 2001, ocorreram 433 mortes por intoxicação com agrotóxicos e raticidas. Os mais comuns são os organofosforados ou inseticidas e os carbamatos. Em razão do seu alto poder letal, são usados até por pessoas que desejam cometer suicídio.
embala
Pereira, em tese apresentada à ECA/USP em 2003, listou 8 causas importantes relacionadas com a intoxicação por agrotóxicos:
1 - Falta de treinamento;
2 - Não uso de roupa protetora (EPI);
3 - Não uso do Receituário Agronômico;
4 - Uso excessivo do produto;
aviação
    5 - Uso de produtos proibidos;
6 - Presença de crianças e adolescentes;
7 - Não fiscalização da aviação agrícola; e
8 - Ausência de articulação institucional.
Essa relação poderia conter muitos outros itens, tais como: identificação precária dos acidentes por agrotóxicos; defesa de interesses corporativos de profissionais; fiscalização bastante precária do M.A. e M.M.A.; desrespeito pelos agricultores do tempo de carência da última aplicação; propaganda enganosa (o agrotóxico é "remédio" capaz de acabar com todas as pragas da lavoura); linguagem técnica inadequada no rótulo dos produtos; nível de escolaridade do agricultor; e outras.
Classificação dos Agrotóxicos
embalagem
Costuma-se classificar os agrotóxicos em 2 categorias básicas, que identificam a natureza da praga que se pretende combater e o grupo químico ao qual pertencem. Essas classificações constam do livro É veneno ou é remédio ? Agrotóxicos, saúde e ambiente, organizado pelos pesquisadores da Fiocruz Frederico Peres e Josino Moreira, onde é apresentado um quadro que inclui também, além das categorias, o nome dos produtos, substâncias ou agentes pelos quais são conhecidos no mercado e outras informações úteis.
A diferenciação de um agrotóxico, em função da sua utilização, modo de ação e potencial ecotoxicológico ao homem, aos seres vivos e ao meio ambiente, obedece à seguinte gradação (vide Tabela abaixo), segundo o Decr.No. 98.816 de 11/01/1990, indicado no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA do Ministério da Saúde.
Trabalho rural e fatores de risco associados ao regime de uso de agrotóxicos em Minas Gerais, (Wagner Soares et.al., publicado no Caderno de Saúde Pública da Fiocruz, RJ,v.19 n.4 jul/ago2003), apresenta em sua Tabela 2 a frequência das marcas comerciais dos agrotóxicos mais utilizados, em pesquisa realizada pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO, órgão vinculado ao Ministério do Trabalho.
Classificação toxicológica segundo a DL50
LEI Nº 7.802 - DE 11 JULHO DE 1989
Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.

DECRETO Nº 4.074, DE 04 DE JANEIRO DE 2.002
Regulamenta a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.

Envenenamento por Agrotóxicos 
A aplicação indiscriminada de agrotóxicos afeta tanto a saúde humana quanto os sistemas naturais. Estima-se que esses venenos sejam os responsáveis por mais de 20.000 mortes não intencionais por ano, sendo que a maioria ocorre no Terceiro Mundo, onde cerca de 25 milhões de trabalhadores agrícolas são intoxicados de forma aguda.
Atualmente, o Brasil conta com 32 Centros de Controle de Intoxicação - CCI localizados em 17 Estados, onde são realizados atendimentos das intoxicações agudas ou processo de agudização do fenômeno crônico nos trabalhadores.
Esperamos que esse espaço sirva de orientação aos agricultores, técnicos agrícolas, agrônomos e líderes rurais, responsáveis pela difusão do conhecimento no meio rural. Aos fabricantes, representantes e comerciantes, lançamos um apelo à sua consciência, a fim de que atuem nos limites da ética.
  Fonte: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene2.htm

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