sábado, 1 de novembro de 2014

A igreja de Cupins Está Abandonada

   Há dois dias atrás publiquei um artigo com o título: Uma viagem pela zona rural de Miguel Alves. A região visitada foi a de Cupins, distante a uns 54 km da sede do município. No artigo destaquei os casarões de Cupins, dentre eles a Igreja, um patrimônio cultural do nosso município que infelizmente está em ruína.
Hoje recebi um e-mail do professor Orlando Torres Filho, um miguel-alvense de alto prumo intelectual radicado no Rio de janeiro, no qual manifestou toda sua indignação ao ler o artigo e ver as fotos da igreja de Cupins, em estado deplorável.
Confira o texto do professor Orlando enviado nesta quarta-feira, 19:
“Assis:
   Sinceramente, não consigo entender por que deixaram chegar a uma situação tão constrangedora um monumento da envergadura como o da igreja de Cupins. As imagens por si sozinhas chocam, assustam, envergonham. E o que é pior: denunciam que em Cupins parece não haver ninguém que entenda que o velho templo católico representa um patrimônio cultural de valor inestimável, e no rol dos que têm uma boa parcela de culpa pelo vergonhoso descaso podemos envolver, sem dúvida, tanto o filho do seu Eudóxio como os membros da associação de moradores local.
  Quanto à possibilidade de recuperação do bem em ruínas, com certeza existem verbas, sim,  no orçamento da União,  para esse tipo de despesas, bastando para isso que sejam envolvidas pessoas como o prefeito do município, no caso a Salete que vai assumir agora, e os deputados que têm recebido votos na região e com a qual tenham mesmo alguma afinidade. Em razão disso, sugiro, então, que procures a Salete, uma católica praticante e membro de uma família reconhecida pelo apoio que sempre deu a tudo que estivesse ligado à Igreja, com o objetivo de conscientizá-la da necessidade de recuperar um bem que é parte da história de Cupins. É que só  assim a população atual e as vindouras da referida localidade terão a garantia de venerar o passado pela conservação de um “palco” onde, ao longo de algumas décadas,  ocorreram festividades religiosas marcantes não apenas para os cupinenses, mas também para toda uma população adjacente, que comparecia em massa, nos períodos de festejos, para batizar seus filhos, para se casar, enfim, para reverenciar o santo de sua devoção. Sugerido isso, peço a Deus que tenhas sucesso nessa tua empreitada cultural, pois do contrário em pouco tempo a monumental estrutura de cunho religioso de Cupins terá o mesmo fim que teve outro esplendoroso bem cultural de Miguel Alves: o velho casarão do Olho d’Água dos Azevedos, para cuja construção, como sabemos,  foi utilizada tão somente mão de obra escrava. Que bem valioso perdemos, que edificação histórica se foi, e como outra de  valor cultural tão importante também caminha, a passos largos, para o mesmo fim, caso não se tomem as devidas providências logo!”
  Tudo que foi dito pelo professor Orlando Torres Filho é a mais pura verdade, pois infelizmente em nossa cidade prospera a triste mania de não zelar pelas coisas valiosas do município. E temos muitos exemplos a serem dados. O casa grande da família Sousa Mendes no Centro do Desígnio, a casa grande do São José dos Monteiros, onde morou por muito tempo o Sr. José Eulálio. Os casarões de Santa Julia (A casa de marada, a casa do engenho, a loja, os armazéns, a república, a casa dos tonéis, que foram os  primeiros a serem destruídos ainda nos meados dos anos 70, pelo grupo que comprou aquela grande fazenda que pertencia ao grupo GECOSA, e onde morou o ex-deputado federal Ezequias Costa.
  Espero que um dia alguém de suma importância no contexto político do nosso amado torrão compreenda as minhas preocupações e resolva cuidar bem da nossa terra, não apenas edificando novos prédios, mas preservando os que ainda resistem às investidas do tempo.
    Fonte: Portal Acesse: Miguel Alves
    Matéria reproduzida. A mesma foi publicada em 20 de março de 2013.
    
   

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