quarta-feira, 4 de abril de 2018

A LENDA DO SURUBIM BICOR

Miguel Alves - PI

     Era o ano de 1978. Chico do Alvino, cumprindo velha rotina, pescava na companhia de seu tio Antonio Negas no trecho do Rio Parnaíba que passa próximo a Miguel Alves. Era aproximadamente uma hora da manhã quando, de repente, Chico ouviu um enorme rebuliço nas águas por trás da canoa em que se encontrava. O rapaz observou aquilo tudo apavorado até que a criatura se afastou, momento em que Chico aproveitou a oportunidade para correr até o ponto em que seu tio se encontrava.

    Lá contou-he todo o ocorrido. Disse que a criatura era um tipo de peixe, mas muito grande, do tamanho de uma canoa, com cerca de 5 metros de cumprimento, e que não iria mais pescar ali sozinho não. Só o faria se fosse ali, juntinho do tio, que era para dar coragem. O tio ainda lhe perguntou onde tinha visto a tal criatura, e ele informou que tinha sido entre a boca do furo que fica próxima do morro do mangue. Chico, o sobrinho estava mais trêmulo que vara verde e dizia ter certeza que aquele bicho do outro mundo havia tentado lhe pegar.     O tio ria-se do rapaz, mas, diante da sua insistência, acabaram saindo dali antes do planejado.
    Ao chegarem em casa contaram a todos o sucedido e a história logo se espalhou. Todos tiveram conhecimento do surubim bicor que havia tentado afogar um rapaz da cidade. Chico, a quase vítima, não abandonou a pescaria. É, inclusive, membro fundador da colônia de pescadores z-14, fundada em 1986. Até hoje pesca todo dia, mas nunca mais deu de cara com o peixe enorme que o povo da região convencionou chamar surubim bicor. Não obstante isso, volta e meia pescadores da região afirmam presenciar naquelas águas aparições e eventos estranhos que todos julgam ser causados pelo estranho surubim bicor.
     FONTE:
ILUSTRAÇÃO: DOUGLAS VIANA

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