quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

IMPRENSA LIVRE EM MIGUEL ALVES

  AE - Agência Estado
Em tempos de censura judicial explícita e de campanhas pelo "controle social da mídia", a editora Migalhas voltou no tempo, por quase dois séculos, e trouxe um atualíssimo recado contra essas ameaças: o pequeno volume Liberdade de Imprensa, escrito em 1830 por Líbero Badaró.
  Culto e corajoso, criador e faz-tudo do jornal Observador Constitucional, Badaró deixou à história uma frase célebre ao morrer baleado por um adversário político, em novembro de 1830: "Morre um liberal mas não morre a liberdade!" O livrinho, na verdade um artigo de pouco mais de 20 páginas, é um grito à altura dessa despedida.
  Tão antigo, pelos parâmetros correntes, e tão atual, pelo conteúdo, o texto era uma insuportável provocação aos ouvidos de D. Pedro I, imperador autoritário e incapaz de submeter-se à Constituição de 1824, que ele próprio outorgou. Por exemplo, ao perguntar: "Se não é a liberdade de imprensa, que faça chegar ao ouvido dos imperantes os gemidos dos oprimidos, quem o fará?".
   Ou, mais adiante, nesta constatação irônica e definitiva: "Temos lido (...) que as declarações da imprensa liberal estorvavam a marcha do ministério. Não duvidamos que seja verdade e damos por isso sinceros parabéns ao Brasil". E o autor explica em seguida que as declarações da imprensa liberal "eram dirigidas constantemente a melhorar as instituições e a diminuir os abusos e violações".
    Fonte: As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
  

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