quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Especialista pede mais cautela ao brasileiro que desperdiça água

  Reservatórios quase secos, bem como as torneiras de muitos brasileiros. A cada dia a crise hídrica se agrava em diferentes pontos do país, o que exige cautela. É isso o que pede o professor Edson Benigno da Motta Barros, do departamento de Análise Geoambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF). Quer saber como contribuir para amenizar os problemas relacionados ao recurso? Confira, a seguir, uma entrevista exclusiva com o especialista.
  Planeta Água – O que leva o Brasil a sofrer com a escassez de água, sendo que o país detém grandes volumes ao longo de seu território?
Edson Benigno da Motta Barros – A razão inicial é de ordem física. O Brasil tem um grande      problema de distribuição de água. Grande parte está concentrada no Norte do país, que tem menor população, e uma parcela bem menor está no Sudeste, com grande volume de habitantes. Onde tem o recurso não há gente para desfrutar dele. O outro fator que agrava a situação é como as autoridades brasileiras lidam com a gestão da água. Se você não faz investimentos, consequentemente não terá retorno. Para piorar, o recurso não é visto por representantes públicos e até mesmo pela população como um bem vital, mas sim como uma mercadoria.
  Planeta Água – Você acha que esse tipo de pensamento contribui efetivamente para o desperdício?
Edson – Com certeza. Muitas pessoas deixaram de pensar na água dessa maneira.  Elas acabam achando que o recurso é mesmo uma mercadoria e que, se acabar, basta encontrar outra fonte e pronto, o problema estará resolvido. Dependemos desse líquido para viver, e muita gente parece não ligar para isso.
  Planeta Água – O que poderia ser feito de imediato para amenizar a crise hídrica brasileira?
Edson – Acho difícil resolver o problema. Essa questão será amenizada apenas se chover bastante, probabilidade considerada baixa por especialistas. O futuro que tem sido desenhado para nós, brasileiros, é pouco promissor. As pessoas não têm dimensão real do que está acontecendo. Quem não está em São Paulo, por exemplo, acha que a crise é um problema isolado e que não irá afetá-lo. Essa percepção deve ser modificada.
  Planeta Água – Você acha que o comportamento do brasileiro influi na crise da água?
Edson – Com certeza. Nascemos e crescemos tendo água suficiente para fazer tudo o que desejamos, fomos educados assim. Por isso, o respeito ao recurso é pequeno. Muita gente decidiu economizar água agora por conta da crise, mas acha que essas atividades serão pontuais, ou seja, quando voltar a chover elas estarão liberadas para desperdiçar o recurso outra vez. Acho que deve haver uma reeducação dos brasileiros. As campanhas de conscientização devem ser permanentes. Temos de mexer em atitudes que estão cristalizadas e olhar para esse assunto de uma forma mais cuidadosa.
  Planeta Água – E o que você diria para os brasileiros neste momento tão delicado?
Edson – Seja mais consciente. Respeite a água da forma como ela merece. Hoje o problema se manifesta com maior gravidade em São Paulo, mas amanhã pode bater à sua porta.
                Fonte: blog Planeta àgua

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